5.21.2010

Hacia la oscuridad

O filme não é novo, foi lançadoem 2007 e chegou às nossas locadoras no ano passado. Mas, no meio de tantos efeitos especiais e visões tridimensionais fica até que escondidinho ali na prateleira. Se conseguir atravessar os tiroteios fantásticos, as explosões de helicópteros e os homenzinhos azuis, irá vê-lo -- e tem que pegá-lo! -- com a tradução do título para "A um Passo da Escuridão".
A produção norte-america, rodada no Panamá, conta uma história colombiana. Como dito no começo do filme, no país, uma pessoa é sequestrada a cada 3 horas. Pobreza demais? Violência demais? Polícia de menos? Justiça de menos? A conta não é tão simples assim. Na Colômbia, 2 + 2 nunca vai ser igual a 4 sem antes uma bala sair do cano de uma metralhadora ou um generoso pacote de pesos atravessar a rua dentro de uma mala.


 E quando um pai não pode contar nem com a polícia para ter seu filho de volta? Na Colômbia, o poder realmente está um mundo paralelo

Há tantos anos vivendo uma guerra civil sem perspectiva de término, a vizinha Colômbia não passa de outra refén, mais antiga e escaldada talvez, de quem tanto quer o poder hoje. E, obviamente, não se trata do povo. Grupos miliatares, paramilitares, forças armadas revolucionárias e a própria polícia: o perigo está em qualquer viela colorida e dançante de Bogotá. Os sequestros, especialmente, mostram-se uma maneira eficaz de conseguir dinheiro em volume suficiente para fazer a manutenção do armamentício dessas facções.


"Todos os que morrem devem morrer no escuro. Até mesmo os que vendem velas." 
(Provérbio colombiano)


O filme se baseia em fatos reais, contando a história de um rapaz que foi sequestrado quando vinha dos EUA passar férias com  sua família. Em flashes, o diretor (também roteirista) Antonio Negret revela um pouco do passado do estudante, da sua família classe-média, das amizades e raízes ainda não desenterradas do seu solo natal, e tenta resumir o presente, até os momentos do desfecho do sequestro. Nesse entremeio, pinta um pouco do quadro em vermelho sangue das organizações criminosas colombianas. E vale a pena até o último minuto. Falar mais seria estragar as próprias conclusões que cada vai tirar ao assistir o filme -- principalmente no que diz respeito às motivações humanas para agir de acordo com suas verdades ou necessidades. Que são motivos mais do que distintos.

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