Quando se perde algo muito importante na vida, reza a
sabedoria popular, é que se aprende a dar valor ao que se tinha.
Mas, quando se perde alguém que tinha tanta vida pra viver,
tanto amor pra amar, tanta risada pra gargalhar, tanta lágrima pra rolar,
tantos horizontes ainda por olhar... a última coisa em que é possível pensar é que
exista sabedoria no universo que explique isso.
É neste momento que você percebe que certas coisas que saíram em algum momento da sua vida e às quais se deveria dar o tal valor depois - namorado, emprego, carteira com dinheiro, dente do juízo - não são perdas, não. Porque perder, pra valer, dói muito mais.
É neste momento que você percebe que certas coisas que saíram em algum momento da sua vida e às quais se deveria dar o tal valor depois - namorado, emprego, carteira com dinheiro, dente do juízo - não são perdas, não. Porque perder, pra valer, dói muito mais.
Hoje, um amigo me perguntou (com alguma constatação) perto
do final do dia: você está melhor, não? Balancei a cabeça na afirmativa, engoli
um começo de choro e respondi (com alguma resignação): tenho que estar.
Há três exatas semanas, sem nenhum aviso prévio, sem
nenhuma cerimônia, sem nenhuma anunciação, uma parte boa da minha vida foi
embora. Para nunca mais voltar. Não por minha vontade, não por vontade de ninguém. Alguma vontade invisível
aos nossos olhos, arredia à nossa voz, determinada a cumprir sua missão e
encerrar uma história que só tinha vinte e cinco anos.
E quando uma parte boa sua se vai, não há descrição física
de dor que possa chegar perto do que sua alma sente. Falta força na voz pra
lamentar durante a eternidade de saudade que já se sabe que virá. Sequer há palavra escrita que dê conta de acalmar
o emaranhado de pensamentos turvos que dominam sua cabeça. Em algum momento, as
lágrimas se cansam e param de cair. Porque nem elas aguentam mais tanta
tristeza.
Depois de vinte e um dias, estar bem é uma necessidade
básica. Única alternativa ao precipício tentador da melancolia. Rota desenhada
para fugir dos questionamentos que, sabemos, nunca terão resposta. Pra deixar
de pensar em cada minuto do dia nesse buraco negro, vazio, imenso, oco, sem som
nem luz que é sua ausência...
Quero agradecer a todos que estiveram perto da nossa
família, em pessoa ou pensamento. Obrigada por cada abraço, mentalização, mensagem,
telefonema, intenção, missa, oração... Desejo, do fundo de um coração ainda
angustiado, que tudo isso se transforme num grande caminho de luz para meu
irmão.
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