10.11.2008

Blindness






Acabei de ver o filme e tiro o chapéu para Juliane Moore. Sempre gostei das atuações da moça, mas aqui ela se supera. O papel não é fácil: imagine todo mundo cego e só você enxergando. Para quem não leu o livro do Saramago, não vou estragar a surprise. Tem que ir e ver.

Agora, why God, why? Em todo filme adaptado de autores de língua portuguesa e/ou latina everybody speak english? Em Amor nos Tempos do Cólera foi assim (adaptação do Gabriel García Marques) e deve ter mais uma penca de exemplos por aí. Pra mim, essa foi a "coisa estranha" de Ensaio Sobre a Cegueira. Orrra meu, o filme se passa em São Paulo! Globalização tem limite, né? Ou não?

Whatever, é um bom filme. A obra literária já puxava para a reflexão sobre até que ponto o ser humano suporta determinadas situações. E esse ponto nem está tão longe assim. O Niandertal que existe em nós pode mostrar suas garras mais rápido do que pensamos e arranhar sem dó questões morais ou éticas consideradas intocáveis.

Nas palavras de Saramago, sobre o livro: "Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."

* "... as lágrimas correram. E não importava se eram de felicidade ou de tristeza..."

Um comentário:

Central Perk disse...

Neste mundo louco, como sofremos por ver além, como sofremos...