2.01.2009
"Ia ser bom...
... se tivesse durado mais. Eu estava numa outra casa, com um monte de bichos iguais a mim. Mas, essas duas -- a grandona e a pequenininha -- foram lá, me botaram num negócio com rodas que se mexia muito e acabaram me levando pra outro lugar. Era bem menor. E não tinha tanto bicho. Só um outro igual a mim, preto e branco, mas que não deve ter gostado muito de me ver. Logo que cheguei, arrepiou as costas e fez uma cara de bravo. Ou será que era brava? Bom, só sei que não deu tempo de fazer amizade para saber....
A pequeninha descobri que chamava Bárbara. E a grandona chamava Mãe. As duas ficaram falando comigo um tempão e toda hora perguntavam se eu queria alguma coisa. "Qué aguinha?... qué papá?... qué areinha?...". Às vezes eu queria, daí, soltava um miado. Quando não queria nada, ficava bem quietinho deitado no pescoço da pequeninha Bárbara.
Agora, pra falar a verdade, não entendi bem o que aconteceu. Ficou bem de noite e todo mundo começou a se aprontar para dormir. A grandona Mãe disse que eu não dormiria na cama, porque tinha medo de rolarem para cima de mim e me esmagarem. Tá certa, né? Daí, ela fez uma caminha bem quentinha e fofinha do lado. Todos fomos dormir, felizes e ansiosos para o próximo dia. Senti que ia me dar bem com a pequenininha Bárbara!...
Só que eu não acordei! Fui dormir, mentalizei umas sardinhas para ajudar e quando acordei... não acordei! Estava no meio de um monte de nuvens, com outros gatos voadores e angelicais por perto. Será que eu estava sonhando ainda? Me lambi algumas vezes... até espetei a unha em mim mesmo, mas, que nada... tinha mesmo me pirulitado. E estava no céu dos gatos!!! Então, pra cá que a gente vem quando empacota??? Bom, tem potes de rações espalhados por todos os lados e baldes de lixo iguais àqueles dos desenhos animados, pra gente virar quando quiser. Milhões de novelos de lã e ratinhos de borracha em todo canto... um bom lugar para se viver... ops... morrer. Enfim, um bom lugar para ir depois que se acabam todas as sete vidas."
* pois é, o "no name" não resistiu. Estava bem fraquinho e era muito novinho... quem sabe se tivéssemos mais tempo para tratá-lo. Bom, espero que ele esteja curtindo o céu dos gatos. Porque a gente fez tudo direitinho: o levamos para um terreno, abrimos buraco, enterramos, falamos as últimas palavras e jogamos flores. Como deve ser feito. Só que na chuva. Fique bem "no name"...
** essa é uma imagem de banco, mas não encontrei mais nada de crédito além do FotoSearch, que está ali na marca d'água.
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Um comentário:
O imponderável. Bibi apendendo. Tudo tem um porquê.
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