10.21.2009

Castrados

Há alguns dias, meus gatos resolveram se amar. E isso significou, para mim, não dormir direito, não comer direito, não ver tv direito... passei cerca de 48 horas tentando separar o que a natureza queria de qualquer jeito unir. Levei-os ontem para serem castrados. No fim dia, fui buscar o casal empolgadinho. E estou me sentindo horrível, porque agora eles nem se olham direito, aliás, mal conseguem parar de pé, ainda sob um pouco de efeito da anestesia.
Os gemidos de provocação e prazer dela se transformaram numa tentativa angustiada de expressar alguma dor.
Os olhos desejosos de pupilas dilatadas com que ele a olhava nem sequer possuem força para se abrir.
O ímpeto de rolarem pelo chão, na cozinha, no banheiro, embaixo da cama, atrás da porta se evaporou e virou uma nuvem densa de preguiça e malemolência que talvez nunca tenha fim.
E talvez não consiga dormir direito, comer direito ou ver tv direito, pensando numa paixão interrompida, no desejo reprimido, na explosão pura da vida que valeu exatos R$120 para ser anulada.

Um comentário:

Leonardo Valle disse...

Humm sei como é. Rola uma resseca moral depois de castrar o pet. Eles são tão indefesos e nem podem decidir sobre a sua sexualidade, não é mesmo?. Mas pensa assim: gatos não castrados produzem milhões de gatinhos. E ao menos que eles sejam siameses, vai ser a maior dor de cabeça arrumar lar para toda essa trupe. E ser castrado nos anos 2000 não significa nada. Em Sp, tenho um gato mais ruero sem pipi do que quando tinha um. Ah, e já vi casos de cachorros castrados que cruzaram. Don´t woory que eles dão um jeitinho para continuar sendo feliz. Bjs (e adorei a volta do blog) Léo